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terça-feira, 24 de novembro de 2015
oh, my baby blue!
Necessito começar essa postagem destacando que Breaking Bad foi uma série enigmática para mim. Coloquei na minha lista devido as indicações de várias pessoas que considero boas fontes de opinião, esperando que fosse uma série extraordinária. Liguei na netflix em um dia chato e chuvoso, e comecei a ver episódio por episódio, esperando a hora que a série ficaria boa de verdade. Assisti praticamente todas as temporadas nesse sentimento, apenas aguardando a hora que as coisas iriam melhorar. Mas não aconteceu. E eu fiquei pensando o porque de tanto burburinho em torno dela. Mas já tinha começado, então decidi terminar, e quando enfim chegamos na metade da última temporada, quando achei que não tinha qualquer esperança de eu gostar mesmo da série, comecei a entender o elemento de fascínio que ela causava, e fechei os últimos episódios com uma sensação maluca que tinha sido uma das séries mais fantásticas que eu já tinha visto. Estranho né?
Uma coisa que precisa ser dita sobre breaking bad é que ela tem uma trama lenta, as vezes maçante e cheias de detalhes obscuros. Justamente pela estória ser bastante original, ela não é exatamente convencional, e você vai tentar entender o que está se passando com aquele sujeito pensando nas coisas mais absurdas possíveis. Além disso, alguns personagens são irritantes e alguns acontecimentos não tem um desfecho imediato, o que deixa a trama com algumas pontas soltas, cansativo as vezes. Porém não se engane, a genialidade da série está justamente nesse ponto, pois breaking bad tem o melhor roteiro de todas as séries que eu já vi até hoje, e tudo, absolutamente tudo tem um desfecho. Chega a ser difícil de descrever a sensação de completar a história e perceber como foi bem construída, em cada detalhe.
A série também trata de assuntos que muitas pessoas não sabem ser problemas reais nos EUA, assim como são aqui também. A começar pela quase falência do sistema de saúde público, o desprestigio do ser professor, o problemas das drogas, os carteis da ilegalidade, a violência e organização por trás desse mercado, as questões da fronteira com os mexicanos, entre outros assuntos abordados. Tudo isso faz a série ser bastante humana e longe de incorrer em clichês baratos e previsíveis.
Além de tudo isso, tem alguns personagens realmente encantadores, como Saul Goodman e o Gus, que despertam um interesse único. Infelizmente a série deixou um pouco a desejar na questão feminina, quase todas as mulheres são retratadas como sentimentais e fracas, o que me incomodou bastante. Além que as irmãs Skyler e Marie são tão irritantes que só de ouvir a voz delas sentia vontade de desligar a televisão.
De toda forma, é importante considerar que apesar de bons coadjuvantes, a série é sobre a vida de dois homens enlaçadas em um contexto capcioso, Walter e Jesse que ao longo da série se transformaram completamente, despindo-se de qualquer estereótipo ou visão maniqueísta de mundo, mostrando nos toda a sua capacidade de escolhas. Sejam elas boas ou más. A depender do ponto de vista. E sim, mesmo incorrendo no risco de ser considerada uma relativista moral, acredito que cada escolha traçada por cada um desses personagens poderia ser interpretada de forma bem distinta a depender de quem estivesse analisando. Por isso a série se tornou tão complexa, e tão absolutamente fantástica. É uma oportunidade de nos depararmos com nossos próprios valores, nossas escolhas e a definição do que vale a pena na vida.
E apesar de ainda não ter essa resposta, finalizo afirmando que embora não possa responder sobre a vida, no que tange ao universo das produções televisivas, breaking bad não decepciona, pois é uma das escolhas que raramente alguém vai se arrepender de um dia ter tomado.
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sempre que leio textos sobre essa série me dá vontade de reassistir ela inteira :) mas sabe, tu apontou um lance importante que eu não tinha notado quando assisti por realmente não enxergava essa falta de representatividade feminina. é criado uma imagem da mulher que realmente irrita na série. no mais, a série tem muitos pontos interessantes. gostei principalmente de como ela fugiu de todas as séries que assisti e sempre me surpreendia :)
ResponderExcluirQue post legal, Jess! Tu falou muita coisa que também penso sobre a série e o que fui sentindo conforme assisti, o fato dela não ser como as outras faz isso dela uma série fantástica mesmo, apesar de que eu estava esperando mais, mas foi genial mesmo assim! E tô agora com vontade de assistir tudo de novo haha
ResponderExcluir:)
Que delícia de escrita! Lendo seu texto foi a primeira em que eu realmente fiquei interessada na série, apesar de já ter lido tudo quanto é crítica sobre ela!
ResponderExcluirVirei sua fã, vou voltar mais aqui! :)
é minha humilde opinião sobre uma série tão polêmica. Fico feliz em contribuir ❤️
ResponderExcluirtambém me bateu essa vontade ❤️
ResponderExcluirpois é. desde a 2ª temporada isso me incomodou. Não só por quase não se ter mulheres,mas por elas serem sempre fracas e emocionais demais.
ResponderExcluirAMEIIIIII a sua resenha!!!! Concordo totalmente! Me identifiquei muito... Fiquei assistindo com o sentimento de "mas será que eu realmente não tenho nada melhor para assistir?!" E no final tudo se encaixa e a gente começa a olhar TUDO com outros olhos...
ResponderExcluir=) é verdade! Como conversamos, é uma série que explora bem essa coisa das sensações. maravilhosa.
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