O outono está chegando e isso me faz pensar acerca de como minha relação com o tempo mudou. É sobre isso que falarei hoje, espero que gostem da reflexão! :)
Uma das coisas que mais tem feito diferença na minha vida é pensar em tudo como uma constante mudança de ciclos. Como coisas que vão se repetir, a medida que nunca serão exatamente a mesma coisa. Uma imagem interessante acerca disso, é o pensamento de Heráclito, filósofo pré-socrático, considerado o pai da dialética. Ele diz: "Não se pode percorrer duas vezes o mesmo rio e não se pode tocar duas vezes uma substância mortal no mesmo estado;" Não importa quantas vezes a gente volte para o mesmo rio, ele nunca será o mesmo, pois as águas estão em constante processo de transformação. Assim, podemos considerar a vida e a natureza em geral. Mesmo que o ciclo sempre se repita, as coisas estão sempre mudando.
Esse pensamento é muito rico pois nos coloca em contato direto com a natureza. Como homens modernos da grande cidade nos descolamos muito desse contato. Não observamos o céu, as fases dos astros, nem mesmo a mudança das estações. E por mais que a gente pense que não isso influência na nossa vida, a verdade é que tem tudo a ver. Estamos ligados ao ciclos da natureza e do universo, porque somos parte dele. Por isso esse post é um convite para refletirmos um pouco acerca dessa forma de ver o tempo e a sociedade que nos cerca, dando atenção especial a questão da sazonalidade, as estações e celebrações que marcam os diferentes períodos do ano.
São apenas reflexões, mas que para mim fizeram toda diferença. Ficarei muito feliz se despertar a reflexão em você também :)
São apenas reflexões, mas que para mim fizeram toda diferença. Ficarei muito feliz se despertar a reflexão em você também :)
As estações são o relógio da natureza. São mais importantes que os meses, ou os anos.
Eu tive que viver 21 anos para entender esse ponto tão elementar. Eu nunca dei muita importância para as estações, mas quando eu comecei a observar o quanto a natureza realmente muda ao longo do seu ciclo, me senti inspirada a dançar no mesmo ritmo. Estamos muito acostumados a contar os dias no tempo do capital, pelo que se produz, pelo que se faz. Isso faz com que a gente sempre ache que o tempo voa, que não há tempo para nada. Essa correria desenfreada não só faz com que a gente perca nosso olhar para as coisas mais simples, como deixe de viver no seu sentido mais profundo.
Eu gosto da lógica da natureza sabe? Essa ideia de que há tempo para tudo. As árvores não sabem que é março, mas sabem que o outono se aproxima e com ele a necessidade de se desapegar de sua folhagem para receber mais a luz do sol, que dentro de algum tempo será escassa. No inverno ela suporta todo o clima desagradável, a medida que dentro de si, começa a germinar as flores que e abrirão na primavera. E então toda florida, ela esbanja vida até o verão. É como diria salomão em sua sabedoria, há tempo para tudo embaixo da terra.
Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu.
Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou;
Eclesiastes 3:1-2
Tempo de reflexão, tempo de planejamento, tempo de execução, tempo de celebração. Tempo de calor, tempo de frio. Tempo de chuva, tempo de seca. Quando eu passei a olhar a vida sob esse prisma, as coisas se tornaram mais fáceis. Parece que você para de brigar com o tempo, e começa a tornar ele seu aliado. Ao invés de reclamar sempre que do calor, do frio, da chuva, do tempo seco e etc, a gente aproveita cada estação para extrair o melhor dela, da mesma forma que em um momento de reclusão por algum motivo, a gente aproveita para descansar, por a cabeça no lugar, refletir... Tudo tem seu tempo, sua importância. Aproveite da melhor forma então :)
Festividades são simbólicas, porém nós somos seres simbólicos.
Durante um tempo eu fiquei desconstruindo todas as festividades e todos os símbolos da sociedade. O ovo de páscoa, a cruz, a caveira, as máscaras, as árvores de natal... nada disto tem um sentido racional, pois são símbolos e representam a cultura, os valores, e a mensagem que cada povo deseja passar com determinada comemoração. E refletindo acerca disso, cheguei a achar uma bobagem comemorar todas essas coisas e uma tremenda hipocrisia usar algumas e criticar outras. Por isso me afastei de todas.
Mas claro. Não durou muito tempo.
Acontece que somos seres simbólicos mediados pela cultura e pela sociedade. Em um país como o Brasil é muito difícil ficar alheio ao natal, ou o carnaval. Ou você não gosta, ou você curte, mas não tem como você fingir que não está acontecendo. Por isso uma das grande mudanças de postura que fez toda diferença foi desencanar de ser tão cricri com as coisas e passar a celebrar datas importantes. Claro que o mercado a tudo torna apenas uma data comercial, mas cabe a nós resignificar as coisas. A páscoa não precisa ser apenas o ovo de chocolate. Ela pode ser um momento de gratidão, pelas coisas boas que frutificaram na sua vida nos últimos tempos. Vai do olhar de cada um, e da honestidade do coração.
Por isso eu acredito que datas comemorativas são uma forma muito gostosa de marcar um tempo. Seja para refletir sobre algo, seja para celebrar e agradecer.
Por isso eu acredito que datas comemorativas são uma forma muito gostosa de marcar um tempo. Seja para refletir sobre algo, seja para celebrar e agradecer.
Detalhes são importantes. Pequenas coisas fazem diferença.
Eu já disse isso aqui e repito: pequenas coisas fazem diferença. Pode ser banal, mas um chocolate quente no inverno é tudo de bom. Assim como um banho de mar/rio/piscina no verão é a coisa mais deliciosa. São pequenos detalhes, mas que fazem a diferença. Como ter uma galocha no outono (e não se encharcar nos tempos de chuva) ou mesmo perfumar a casa com as coloridas flores da primavera. Pequenos gestos que dotam nossa vida de significado e nos aproximam ainda mais desse ciclo com a natureza. Lembram do que eu falei acima acerca das árvores? Assim como elas se preparam para um novo ciclo se inicia, é muito gostoso quando a gente faz o mesmo.
Eu parei de dar ouvidos as pessoas que só sabiam criticar tudo que você faz e a forma de você vive. Sinceramente, tem coisas que não acrescentam, temos que saber diferencia-las. Coisas que muita gente entende por ser inúteis podem transformar o dia de uma pessoa. A vida já é tão difícil, porque nos privarmos de pequenas alegrias cotidianas? Nós não precisamos de muito para ser feliz, apenas pequenas coisas bastam. Eu pelo menos, penso muito assim.
Eu parei de dar ouvidos as pessoas que só sabiam criticar tudo que você faz e a forma de você vive. Sinceramente, tem coisas que não acrescentam, temos que saber diferencia-las. Coisas que muita gente entende por ser inúteis podem transformar o dia de uma pessoa. A vida já é tão difícil, porque nos privarmos de pequenas alegrias cotidianas? Nós não precisamos de muito para ser feliz, apenas pequenas coisas bastam. Eu pelo menos, penso muito assim.
E por fim, não se trata de apenas "dançar com as estações", se trata de desconstruir a forma como vemos a vida hoje. Se trata de entender que somos partes do mesmo universo
A vida não é só o que fazemos nela, mas o que fazemos dela. Passamos tanto tempo reproduzindo tantas coisas e pouco tempo refletindo acerca tudo a nossa volta, que eu sinto que hora de mudar. Eu senti a necessidade de mudar minha forma de ver o mundo e talvez você esteja no mesmo caminho. Não estou defendendo que simplesmente celebrar uma data e se preparar para uma estação muda a vida de alguém, mas um outro olhar para a natureza, para os símbolos, para o tempo... Coisas que dotam nossa existência de significado, a medida que não nos deixam esquecer da onde de fato pertencemos.
Por isso fica a reflexão. Viver. O essencial, o que tem sentido, o que importa. Um ciclo, uma estação. Um dia para celebrar, ou refletir. Para lamentar, para regozijar. Para plantar, para colher. Para planejar e para desfrutar. Essa é a mensagem de hoje.
Gosto de te ver rindo
e da riqueza das coisas simples
que guardo qual tesouros.
E a beleza está em não ter pressa.
Que corremos demais, meu amor,
e é hora de parar, deitar na grama,
falar só besteira e rir da vida.
Vem dançar a dança das estações.
e da riqueza das coisas simples
que guardo qual tesouros.
E a beleza está em não ter pressa.
Que corremos demais, meu amor,
e é hora de parar, deitar na grama,
falar só besteira e rir da vida.
Vem dançar a dança das estações.
é uma reflexão interessante. Nunca tinha pensado dessa forma.
ResponderExcluirtem um texto que o personagem da novela "a vida da gente" falou no ultimo capitulo que fala exatamente isso! o tempo é contraditório e os momentos são únicos... devemos aproveitar cada dia cada estação ao máximo pois amanham é outro dia e o momento será outro...
ResponderExcluirEu necessito! É uma coisa que venho pensando a muito tempo ter um sentido real as coisas, a dar cor a coisas que realmente precisem de valor. Sei lá se vc me entende mas tem vezes que acho que passei o ano vazia como uma arvore oca! :(
ResponderExcluirRealmente, faz sentido. Bela reflexão!
ResponderExcluirOie
ResponderExcluirGostei do post, essa reflexão foi bem legal, gostei.
Bjs!!
muito bom essa percepção do nosso afastamento da natureza, estando nela, não a compreendendo [nem tentando], sendo mediado pela tecnologia e pela maquinaria que tomou conta de nossos olhos. é preciso saber olhar, ou como dizia Saramago, Se podes olhar, vês; Se podes ver, repara.
ResponderExcluirRealmente, faz muito sentido. Boa reflexão. Nunca tinha pensado dessa forma. Enfim, acho seu blog muitoo lindo! Simplesmente me apaixonei por ele e indiquei no meu Follow Friday *-* super merecido, haha ♥
ResponderExcluirhttp://apequenaka.blogspot.com.br/2014/03/follow-friday-saturday.html
beijos
eu AMAVA essa novela, Uma das poucas que posso dizer que amei do começo ao fim.
ResponderExcluir:| entendo em partes. vamos conversar qualquer dia desses.
ResponderExcluir:)
ResponderExcluir♥ ♥
ResponderExcluirObrigada ♥
ResponderExcluirJess, parece que cada vez mais levamos uma vida onde pequenos rituais não são importantes, quando na verdade marcar o tempos é essencial, seja com banhos de chuva,chocolate quente ou ler debaixo das cobertas numa tarde de inverno
ResponderExcluiré verdade.
ResponderExcluirBelíssimo texto e me fez refletir muito, pois normalmente com datas comemorativas, torço um pouco o nariz, não por não querer comemorar, mas por conta da distorçam que fazem com elas. Sabe, essa questão comercial e a "falsa comemoração" apenas pelo o fato de ficar em casa.
ResponderExcluirE como o comentário acima, nesses pequenos rituais que estão a pureza e a releva de se comemorar, seja uma nova estação ou uma data qualquer, né? *-*