eu perdida entre o golfo dos anarquistas e o monte do marxismo (talvez lá embaixo, passando longe do Mao e do Stalin, claro! risos) |
Como começar a escrever esse post? A última bienal que visitei não foi uma boa experiência. Não sei se eu era outra ou se houve uma mudança substancial nessa nova edição que me fez ver tudo com outros olhos. Na verdade, acho que é um pouco dos dois. Essa edição da BIENAL de Arte Contemporânea de São Paulo me surpreendeu em cada detalhe, em cada obra. Não somente pelo tema político, mas sobretudo pela composição, que dessa vez não era somente clara, como trouxe o enfoque da arte para os movimentos sociais e produções culturais de setores que outrora seriam ignorados.
Cabe críticas, claro, sempre existe divergências. Mas realmente é uma exposição imperdível. bastante elementos da arte urbana de rua (pixação e grafite), trabalhos de artistas sul americanos sobre as ditaduras na America latina, repressão de movimentos sociais, entre várias outras temáticas.
Mural sobre a ditadura na Argentina |
Obra de uma artista Chilena sobre os documentos da operação CONDOR que financiou as ditaduras sul americanas |
Essas duas fotos acima retratam uma sala bastante intrigante na qual você entrava descalço e contemplava várias pixações com elementos culturais (de símbolos nazistas a stencil de Jesus Cristo) ao som de um funk e vários efeitos de luzes neon.
Essa sala acima me lembrou a coleção Circus da Melissa. E também me remete muito as festas super pós modernas que ocorrem nas universidades públicas (sobretudo as de humanas!) auiheuiheuie.
Havia vários outros espaços com discussão sobre perseguição a grupos políticos, simulando torturas, trazendo elementos da fé e da simbologia de várias religiões. Também havia vídeos das manifestação de junho, retratos da desigualdade social e racial no Brasil e na América, entre muitos outros debates. No dia que eu fui estava se apresentando um núcleo de cultura de um movimento social (que não me recordo qual era) e pelo que andei lendo no site tem sido assim vários dias devido a parcerias com esses artistas.
Ao ler o conceito da curadoria e montagem da exposição fica claro que o debate é sobre transformação. Vivemos em um momento de crise e por consequência de superação e criação, não somente expressa na arte, como na vida, na política, e em todas as expressões culturais. Achei fantástico ter esse debate posto de forma tão instigante e ao mesmo tempo é empolgante porque é mais um sinal que as coisas estão mesmo em eferverscência e cada vez tem sido mais difícil negar a política.
Infelizmente fui a noite em um dia de semana e não pude desfrutar como gostaria. Porém pretendo voltar em breve com calma para apreciar melhor os espaços. A exposição vai até o dia 07 de dezembro então dá para todos visitarem com tranquilidade! Para quem é de São Paulo ou viaja para cá nessa época, fica o convite. É imperdível e vale todo o tempo dedicado por lá :D
Tô doida de vontade de ir a São Paulo para ver essa Bienal. Sou mediadora cultural e trabalhei na última Bienal da Bahia, que terminou dia 7 desse mês e aconteceu depois de 46 anos sem Bienais no estado por conta da penúltima edição ter sido fechada pela ditadura. Depois da experiência de 100 dias de Bienal na Bahia acho que seria incrível essa experiência de conhecer a Bienal de Sampa!
ResponderExcluirAaah, eu vou, em breve!!! =]
ResponderExcluirobaaaaaaaaaa! eu vou pra sp semana que vem o/
ResponderExcluirQue foda. Por aqui nunca tem nada desse tipo =/
ResponderExcluirValeu a pena esperar
Leeeegal *o*
ResponderExcluirÉ tãao dificil ver coisas assim fora do eixo RJ-SP :T
E quando tem é pouco divulgado.